Ai, a nossa vidinha...

Este blog é para quem não tem mesmo mais nada para fazer na vida! :)



18 agosto, 2010

a guerra do consumismo


Nunca te questionaste: 'Porque é que compro tantas coisas, que acabam por não me satisfazer a nível emocional?' 'Porque é que compro, muitas xs sem pensar no porquê de comprar?'. A resposta é simples, e clara: o idealismo do consumo está impregnado na nossa sociedade, de tal forma que é muito difícil combatê-lo.

O consumismo actual é resultado desta nova sociedade, necessitada de materiais para satisfazer a sua supérfula essência. Podemos até dizer que o consumismo é o lazer de todos, o disfarce de todos, mas, principalmente, é o pilar da (suposta) evolução.

Mas o consumismo não existe por mero acaso. É, digamos, 'provocao' por pessoas que têm interesse em vender os seus produtos. Esta idealização foi iniciada e é continuada graças a uma técnica manipuladora: a publicidade. A publicidade, após vários anos de estudos a nível de psicologia, está cada vez mais tentadora, e acaba por desencadear esta vontade constante de consumir.
Basta olharmos para o que nos rodeia: nos placares das ruas, na televisão, na rádio, nos jornais, nas revistas, e podemos aperceber-nos que a publicidade 'não nos larga', tal como a necessidade de consumir,cada vez mais. Onde quer que estejamos, ou estamos a consumir, ou com vontade de o fazer, ou estamos a usufruir dos serviços de produtos já consumidos.

Mas o problema não é só a publicidade, e não se pode atribuir-lhe a culpa do pensamento consumista, em exclusivo. A formação dos indivíduos na sociedade, neste caso, a má formação em termos financeiros, contribui e bastante para o consumismo assumir o papel importante que actualmente assume, no dia-a-dia de cada um.

Marcuse, um psicólogo frankfurtiano que assistiu à prosperidade económica que se seguiu à II Guerra Mundial, nos anos 60, ao observar o consumismo da época, disse que a sociedade era constituída por 'homens unidimensionais', designação atribuída devido aos comportamentos consumistas da população. Para Marcuse, esses homens eram resultado do desenvolvimento de falsas necessidade psicológicas, trazidas à vida pela tecnologia. Os homens identificam-se com aquilo que compram.

Marcuse diz-nos também que a necessidade de consumir pode criar euforia, mas temporárira. No final, restará a infelicidade. Esta necessidade de consumo deriva de um sentimento de vazio dos indivíduos, que faz com que estes entrem num ciclo vicioso, em que consomem para serem felizes, e conseguem-no, por momentos, mas, após esse breve momento, sentem-se infelizes e investem em novos produtos para tentar esconder esse sentimento de infelicidade/tristeza/vazio, novamente, e assim sucessivamente.

O problema nesta situação não é só a ligação dentro de famílias (que é notoriamente afectada). O problema é que esta necessidade leva muitas pessoas à ruína financeira. Têm vontade de possuir TUDO, de demonstrar que têm um estatuto social elevado, independentemente do seu preço. E, para poderem obter o que querem, recorrem a créditos, que são cada vez mais facilmente cedidos, mas também com taxas de juro cada vez maiores( essa informação encontra-se nas letras pequenas, nos anúncios, e são chamadas TAEG). Vão acumulando, acumulando até que chegam a um determinado ponto em que não têm qualquer tipo de possibilidade de pagar as suas dívidas, o que faz com que as finanças realizem as penhoras. Os materiais, que tanto desejaram, e tanto dinheiro dispendiaram para possuir, são lhes tirados para tentar liquidar a dívida. Ficam sem carro, sem casa, chegando muitas a ficar sem nada.

Em Portugal, em menos de duas décadas, o peso das dívidas no rendimento disponível passsou de 19,5% em 1990, para 124% em 2006, enquanto que a taxa de poupança caiu de quase 20% para 8,3%, a mais baixa da UE. Mas o problema não é só em Portugal. Este fenómeno é observável em vários países ricos, como os EUA, Holanda, entre outros.

Porugal é também o quarto país da Europa em que mais se utilizam os cartões Visa. Por cada 100 euros gastos, quase 22 euros são pagos com cartão de crédito, o que coloca os portugueses apenas atrás da Islândia, Noruega e Reino Unido. Isto demonstra que os portugueses estão a aderir, cada vez mais, aos crédito, ficando por vezes, desnecessariamente, endividados.




Estamos a ser constantemente 'bombardeados' por coisas,promoções, preços, e o nosso estilo de vida está a ser terrivelmente afectado. A pressão que nos é imposta pela publicidade, e até pela própria sociedade, faz-nos agir de uma forma que provavelmente agíriamos se tal não acontecesse. O consumismo faz parte da nossa vida, e com ele todas as cosequências negativas: falta de comunicação e de união familiar, endividamento e mesmo ruína financeira, utilização excessiva de recursos naturais (árvores, água, petróleo, entre outros). Só que isto não parece mudar o pensamento da sociedade. Continuam todos a consumir desmesuradamente, porque o consumismo se tornou, para elas, uma coisa perfeitamente banal, e preenche (supostamente) o vazio na vida daqueles que o praticam.

Encontramo-nos, actualmente, na guerra do consumismo, e surpresa das surpresas: estamos a perder!

28 julho, 2010

life is life, darling!


não gostas de praia? não vás.
gostas de praia? vai.
não tens dinheiro para ir? não vás.
gostas de sair à noite? sai.
não te deixam sair? não saias.
gostas de calor? enjoy o calor.
não gostas de calor? habitua-te.
não tens ar condicionado? enjoy o calor.
gostas de estar com os teus amigos? então vai ter com eles.
não tens amigos? arranja uns.
não tens como ir ter com eles? não vás.
não gostas de festivais? não vás.
gostas de festivais? vai.
não tens transporte ou dinheiro para ir para festivais? não vás.
etc, etc, etc.

face it: life is life!

but please, não te habitues a ela.

21 julho, 2010

Festivais de Verão...

Estamos numa onda de festivais de Verão, que (felizmente!) parece não ter fim!

Analisemos, então, alguns dos grandes festivais portugueses:

Rock in Rio 2010: (21, 22, 27, 29 e 30 de Maio)

5 dias de suposta 'loucura' musical, demonstraram ser, apesar de um grande êxito para uns, uma grande desilusão para outros. O cartaz apresentava diversidade, mas não propriamente abundância em qualidade musical. Os pontos altos deste festival foram, sem dúvida, os melodiosos Snow Patrol e os majestosos Muse. Os pontos 'baixos' foram o cancelamento repentino dos Sum 41 (de que a organização não teve qualquer responsabilidade, mas sim a banda) e a actuação da tão aguardada Miley Cyrus, que, apesar de ter iluminado os rostos das crianças (presentes nesse dia SÓ para poderem ver a sua personagem preferida (Hannah Montana) ao vivo) e de as ter levado a uma enorme histeria, demonstrou não estar minimamente consciente do público que a observava, (crianças, na sua abundância), utilizando um guarda-roupa extremamente atrevido e coreografias que faziam jus a esse mesmo guarda-roupa. Feliz dia da criança! : apreciem o meu rabinho e os meus movimentos extremamente sensuais.
Sim, extremamente de acordo com a temática do dia.
Dia 30 de Maio foi considerado o segundo melhor dia (considerando o melhor dia aquele em que os Snow Patrol e os Muse actuaram no Palco Mundo: dia 27 de Maio), apresentando bandas um pouco fora do 'habitual' modelo do rock in rio, levando também um público diferente nesse dia. Rammstein, Motorhead e Megadeath levaram o heavy e o metal à cidade!

Muito tempo de aulas e exames depois, tivemos o carismático e marcante Optimus Alive!

Optimus Alive! '10 : (8,9 e 10 de Julho)

3 dias de puro delírio para os verdadeiros amantes da música. Foi e é considerado o melhor cartaz deste Verão, apresentando inúmeras bandas, de géneros diferentes, mas num certo 'sector' da música: o não comercial(regra geral).
Uma das curiosidades deste festival foi o facto de maior parte do público querer assistir às bandas não do Palco principal (Optimus), mas sim do Palco Superbock, onde decorreram, sem dúvida alguma, os melhores concertos deste festival. Terá contribuído para isso não só aquela sensação de proximidade para com os artistas, mas a própria música que por lá 'rolou': Devendra Banhart, Florence and the Machine (um concerto extremamente mágico, e marcante, em que se ouvia, por vezes, mais o público do que a própria Florence, que ficou extremamente entarnecida com o público caloroso que lhe estava a ser oferecido), The XX (concerto com um ambiente excelente, com um óptimo trabalho de luzes, e, novamente, com um público super conhecedor daquilo que lhe estava a ser oferecido), Gossip(considerado por muitos o melhor concerto do Palco SuperBock, com um ambiente excelente, com o público sempre a saltar, a cantar, a berrar! E, ainda, com a 'prenda' de Beth, que levou algumas pessoas do público para o palco, tal como já tinha acontecido anteriormente, em 2008. Presente este bem aproveitado por quem o recebeu - sem dúvida.), NYPC, Hurts, entre outros.
Mas o Palco Optimus também tinha os seus 'trunfos', apresentando grandes bandas, como Skunk Anansie, Pearl Jam, Gogol Bordello, Faith no More, Deftones, Jet, Moonspell, Kasabian,...
A grande diferença entre o Rock in Rio e o Optimus Alive está no produto e no comprador. Ou seja, são totalmente diferentes, e ainda bem que o são!(assim, fica toda a gente contente :D)

Super Bock Super Rock, o festival da cerveja e da BOA MÚSICA, decorreu entre 16 e 18 de Julho, mudou para o Meco e arrasou no Rock 'n' Roll! Este ano o SBSR parecia apresentar um cartaz muito focado simplesmente nas cabeças de cartaz, mas veio a revelar-se, na opinião de muitos, o segundo melhor cartaz deste Verão! Apresentando-nos bandas como The Temper Trap, Grizzly Bears, Holly Miranda, Rita Redshoes, Beach House, Vampire Weekend, Prince, Julian Casablancas, Cut Copy, Mayer Hawthorne, Empire of the Sun, Keane, (entre outros), este festival apresentou uma grande quantidade de artistas alternativos, mas, ao mesmo tempo, grandes clássicos, e grandes nomes portugueses. Um festival, sem dúvida, positivo, apesar dos problemas com a poeira criada, devido ao tipo de chão do recinto, e apesar de muitas pessoas não terem tido oportunidade de ver o Prince, ou os The National, devido ao enorme trânsito que se criou na zona.

Praticamente ao mesmo tempo que o SBSR, decorreu o festival Marés Vivas (dias 15, 16 e 17 de Julho). Mesmo sendo mais discreto, em termos de divulgação, apresentou uma assistência bem significativa, provavelmente, devido ao excelente mas simples cartaz apresentado, onde nomes como Goldfrapp, Placebo, Gorilazz(que foram substituídos pela Peaches) e Ben Harper reinavam.

Segue-se, agora, o Sudoeste TMN!
Existem grandes expectativas relativamente ao Sudoeste, que vai trazer Jamiroquai, MIA, entre outros. O dia mais aguardado será, por certo, dia 8:

8 de Agosto

David Guetta
Massive Attack
Air
Mike Patton's Mondo Cane
Peixe:Avião

...não só pelo David Guetta, mas especialmente pelos Massive Attack!

E, de seguida, a festa do Avante, que, apesar de não apresentar os Vampire Weekend, não deixa de ser um dos festivais mais mediáticos de Portugal, não tanto pelo seu cartaz, mas sim pelo ambiente criado!

Após a observação dos principais festivais portugueses, e dos cartazes apresentados, é possível concluir que, de facto, apesar de não termos nenhum Glanstonbury (por enquanto), estamos sem dúvida no bom caminho para isso!
Portugal tem um dos públicos mais calorosos para com os artistas que de facto admiram, e tem demonstrado uma grande percentagem de ouvintes astutos de música alternativa, o que é, sem dúvida, positivo!

Agora, é só esperar que acabem os festivais para passar a 'ressaca', e a ilusão de que a crise não existe. Para enfrentarmos novamente a dura realidade da qual nos abstraímos nos concertos espectaculares que nos foram oferecidos este Verão, e que ainda serão oferecidos.

Mas, quem sabe, talvez o espírito festivaleiro seja adoptado por muitos como uma constante. Louvados sejam esses espíritos!